caio fernando abreu

Posted on terça-feira, julho 07, 2009
tenho lido caio fernando abreu.
levei um susto, sinceramente, com o nível de pornografia (erotismo?) das escritas dele. eram contos. mas ao mesmo tempo fiquei apaixonada pela forma de escrever. é estranha, confesso. coisa que menos se vê é ponto final, parágrafo menos ainda. mas mesmo assim a leitura se faz tão clara, e nos coloca tão ali, com ele, no instante da criação da cena, que quase sou capaz de sentir o cheiro, visualizar os caminhos, tocar os relevos, que ele descreve em detalhes.
as frases mais conhecidas, que eu mais gostava quando encontrava soltas por aí na internet, em algum blog ou perfil de orkut, estavam ali na minha leitura. e pude conhecer o contexto todo e compreender melhor o sentido do que as frases diziam.
mas, alerto, há que se tomar muito cuidado com essa coisa de ir copiando trechos sem saber ao certo de onde saíram. eu mesma faço muito isso. faço porque, em parte, acho que o importante é o sentido que aquelas palavras fizeram pra mim. mas ontem reconheci a
outra parte. e dei boas risadas quando me lembrei de que eu mesma já tinha citado partes do conto d'os sapatinhos vermelhos' sem desconfiar da noitada de Adelina que viria a seguir e que eu não cito aqui n-e-m m-o-r-t-a!



"teria mesmo chegado ao ponto de dizer nutro?
teria, teria sim, teria dito nutro e relacionamento & rompimento & afeto,
teria dito também estima & consideração & mais alto apreço
e toda essa merda educada que as pessoas costumam dizer para colorir a indiferença quand o coração ficou inteiramente gelado".

(caio fernando abreu in 'os sapatinhos vermelhos')


não pregarás

Posted on quinta-feira, julho 02, 2009
eu odeio falar sobre religião. na verdade odeio discutir sobre religiao.
não, odeio discutir ou debater sobre qualquer coisa.
a maioria das conversas que levam o título de discussão são, pra mim, na verdade, uma desculpa para a imposição de opiniões ou para a exibição de idéias. e eu odeio tudo isso.
até confesso em mim um certa tendência para a pseudo-intelectualidade, mas não quando o assunto é religião.
é desconfortável, nunca se sabe a quem vai ofender, e no final vira conversa de cego e surdo.
talvez porque exista tanta coisa mal resolvida dentro de mim que não sei se vou me conter...
eu não tenho religião, mas como já disse uma vez, acho importante termos nossas convicções,
só não aceito tomar posse de uma idéia que no final vai tomar posse de mim.
amém.