a dificuldade em me auto-analisar consiste na estranheza de se ser extremamente ambivalente e nunca conseguir me posicionar de maneira tal que, como observadora, meu ponto de vista se mantenha distante e neutro. sou sempre uma ou outra e só me vejo de dentro pra fora.
daí me lembro daquela pergunta que li uma vez: de que cor é o camaleão quando se olha no espelho?
Hoje estive ausente de mim.
Nunca os uso dentro de casa, mas hoje decidi colocar os óculos.
Não sei ao certo se a realidade é objetiva ou subjetiva, talvez existam várias realidades, talvez não exista nenhuma.
levei um susto, sinceramente, com o nível de pornografia (erotismo?) das escritas dele. eram contos. mas ao mesmo tempo fiquei apaixonada pela forma de escrever. é estranha, confesso. coisa que menos se vê é ponto final, parágrafo menos ainda. mas mesmo assim a leitura se faz tão clara, e nos coloca tão ali, com ele, no instante da criação da cena, que quase sou capaz de sentir o cheiro, visualizar os caminhos, tocar os relevos, que ele descreve em detalhes.
mas, alerto, há que se tomar muito cuidado com essa coisa de ir copiando trechos sem saber ao certo de onde saíram. eu mesma faço muito isso. faço porque, em parte, acho que o importante é o sentido que aquelas palavras fizeram pra mim. mas ontem reconheci a outra parte. e dei boas risadas quando me lembrei de que eu mesma já tinha citado partes do conto d'os sapatinhos vermelhos' sem desconfiar da noitada de Adelina que viria a seguir e que eu não cito aqui n-e-m m-o-r-t-a!
teria, teria sim, teria dito nutro e relacionamento & rompimento & afeto,
teria dito também estima & consideração & mais alto apreço
e toda essa merda educada que as pessoas costumam dizer para colorir a indiferença quand o coração ficou inteiramente gelado".
(caio fernando abreu in 'os sapatinhos vermelhos')
não, odeio discutir ou debater sobre qualquer coisa.
a maioria das conversas que levam o título de discussão são, pra mim, na verdade, uma desculpa para a imposição de opiniões ou para a exibição de idéias. e eu odeio tudo isso.
até confesso em mim um certa tendência para a pseudo-intelectualidade, mas não quando o assunto é religião.
é desconfortável, nunca se sabe a quem vai ofender, e no final vira conversa de cego e surdo.
talvez porque exista tanta coisa mal resolvida dentro de mim que não sei se vou me conter...
eu não tenho religião, mas como já disse uma vez, acho importante termos nossas convicções, só não aceito tomar posse de uma idéia que no final vai tomar posse de mim.
Tenho assistido diversos filmes.
Perdemos por uns tempos o hábito de ir ao cinema e acabamos deixando de ver alguns lançamentos. Nos últimos dias locamos alguns filmes para nos atualizar.
Adoro filmes! De todos os tipos!
Mesmo dos que eu não gosto, no final acabo gostando! Estranho mesmo.
Dia desses vi Crepúsculo. Enquanto tava assistindo disse pro Bruno "filme infantil né? tão falado... achei que era melhorzinho!". Foi só desligar o filme e tava eu lá com a música na cabeça, tendo sonhos com vampiros.
No outro dia assisti de novo! Acabei ficando curiosa pelo próximo livro da autora, Lua Nova, se não me engano!
Mas enfim, comecei a falar de filmes porque ontem vi Marley e eu. Estou apaixonada pelo Marley.
Na época em que o filme saiu no cinema, Bruno e eu também resolvemos aumentar a família, com o Zeca. Se tivesse visto o filme na época ficaria ainda mais encantada!
Sou apaixonada pelo meu cachorro. Existe uma certa confusão quanto ao pronome possessivo. A gente acaba sendo mais deles do que eles nossos. Se tornam realmente da família. Como filhos, irmãos, sei lá...
É verdade que eu fiquei mais boba depois que o Zeca chegou, danço sozinha, falo sozinha (ainda mais). Acontece que o Zeca trouxe, em definitivo, muito mais alegria pra nossa casa.
Quem não gosta de cachorros ou nunca experimentou "ter" um, não entende...
Nem mesmo eu que tive cachorros a vida inteira entendia...
É diferente quando a gente se torna meio mãe deles... Quando passa a "ter" um serzinho dependente de você. A dependência se torna mútua.
Já não imagino nossa casa sem o Zeca, sem o cheiro de xixi no tapete da sala, sem as latidas quando alguém sobe a escada, sem a bolinha de pêlo saltitante na beira da cama de manhã...
Marley e eu não é mais um filme de cachorros, mas um filme sobre a vida de pessoas que foram transformadas por um.
Quem não viu, vale a pena ver! Mas prepare o lenço, ele rende algumas lágrimas!
Qualquer blog pode ser legal no começo, se tiver uma cara legal e a pessoa for um pouco criativa. O espaço pode ficar interessante e conhecido, mas com o tempo vai ficando sem graça, as pessoas tendem a escrever sempre da mesma forma e sobre os mesmos assuntos.
Até eu tô enjoando das coisas que escrevo...
Isto que estou fazendo aqui é básico, falar sobre o quê e como eu escrevo. Mas até agora não se falou sobre mais nada...
Acompanho blogs que costumo achar interessante, mas na verdade nunca me interesso muito pelo quê a pessoa fala. Mesmo que seja de um assunto que me interesse. Eu gosto é de analisar como elas se expressam, seus humores, o que eu acho que no fundo elas realmente pensam do que falam, que imagem querem passar...
Tem gente que não é tão pessoal e subjetivo na escrita, é legal também. Mas essas também tendem a ser repetitivas.
Até as pessos mais interessantes estão ficando sem graça.
A vida na internet é mesmo assim...
Comentei com a Amanda estes dias que os escritores conhecidos que consideramos bons são considerados assim porque viveram pouco e não tiveram tempo de cair na chatice da repetição. Tem as excessões, claro, mas esses só se mantiveram interessantes, penso, provavelmente porque tiveram uma vida extremamente turbulenta.
Ouvi uma frase da Madona mês passsado que falava alguma coisa tipo "eu tenho a capacidade de inovar sempre e reciclar minha linguagem, por isso o sucesso acontece" (pelo amor, não foi exatamente assim, mas a idéia é essa!). Ai, senti inveja da Madona.
Queria ser assim em tudo na minha vida! Queria ser menos previsível...
Madona é o próprio arquétipo da força do instinto e passa essa imagem de selvageria na vida artística. Pensava que era mesmo só imagem e mídia, mas sei lá, de repente seja natural e por isso tenha se tornado o ícone que é.
acho bacana também sentir que tenho um lugar meu, com a cor que eu escolher, as fotos que eu gostar e onde posso falar da maneira como quero.
talvez seja só insegurança e indecisão.
talvez não, é! sempre é!
não faz sentido querer escrever sobre coisas que eu já sei, das quais já estou segura, fazendo com que este espaço somente reforce algo que já está claro pra mim.
não, não desperdiço a escrita assim.
antes de produzir para fora, quero produzir para dentro.
se eu falar de um assunto em demasia é porque, ao contrário do que parece, ele não está claro o suficiente para que eu me esqueça dele...
portanto, adianto... este blog pode ser um saco!
mas eu também sei que, se você for humano o suficiente para entender destas contradições, vai respeitar minha hipocrisia!